💬 “Nem toda mãe sorri com facilidade. Nem toda maternidade é cor-de-rosa.”

Essa frase, que circula com força nas redes sociais durante o mês de maio, resume bem o coração da campanha Maio Furta-Cor: um movimento que busca ampliar o olhar da sociedade sobre a saúde mental materna — um tema urgente, mas muitas vezes invisibilizado.

Por que “furta-cor”?

A escolha da cor da campanha não é por acaso. O furta-cor é aquele tom que muda conforme a luz e o ângulo. Assim como a maternidade.

Ela pode ser intensa, bela, transformadora — mas também desafiadora, ambígua e solitária. E tudo isso ao mesmo tempo. O furta-cor simboliza essa pluralidade de sentimentos, muitas vezes contraditórios, que fazem parte da experiência de ser mãe.

O mito da “mãe forte” e seus efeitos

Vivemos em uma cultura que idealiza a maternidade: espera-se que a mãe seja sempre doce, grata, incansável e disponível. Mas a realidade é que, por trás da imagem da “mãe forte”, muitas vezes há uma mulher exausta, sobrecarregada e silenciada.

Essa pressão para cumprir um ideal irreal de maternidade pode gerar um profundo sofrimento emocional. Muitas mulheres não se sentem autorizadas a expressar cansaço, raiva, medo ou arrependimento — emoções humanas e legítimas, mas que, quando reprimidas, podem se transformar em quadros como ansiedade, depressão, culpa crônica e isolamento.

Saúde mental materna importa — para todos

Cuidar da saúde mental de uma mãe é também cuidar do bebê, da família e da sociedade. Mães que recebem apoio emocional adequado tendem a estabelecer vínculos mais seguros com seus filhos, a lidar melhor com os desafios do puerpério e a se sentirem menos sozinhas nessa jornada.

Esse cuidado começa na gestação — reconhecendo e acolhendo medos, ambivalências e inseguranças — e se estende ao pós-parto, um período particularmente vulnerável para o surgimento de transtornos mentais, como a depressão pós-parto e a ansiedade perinatal.

Enxoval Emocional: preparar-se também por dentro

Muitas famílias se preparam com carinho para a chegada do bebê: o berço, as roupinhas, a mala da maternidade… Mas e o que a mãe vai precisar emocionalmente para atravessar esse ciclo de mudanças profundas?

O conceito de “enxoval emocional” surge para lembrar que, além dos cuidados práticos, é essencial que a mulher possa se preparar para viver suas emoções com autenticidade, sem culpa e com suporte. Isso inclui:

● Ter acesso à informação de qualidade
● Participar de grupos de apoio
● Contar com uma rede de acolhimento
● E, quando necessário, buscar ajuda profissional especializada.

💬 Falar é cuidado. Escutar é acolher.

Neste Maio Furta-Cor — e em todos os outros meses — é tempo de lembrar: não há uma única forma de maternar. Validar o que se sente, respeitar os próprios limites e pedir ajuda são formas de amor. E mães também precisam ser cuidadas.

Se você é mãe e sente que está difícil carregar tudo sozinha: saiba que você não está só. E que é possível maternar com verdade, e não com perfeição.

Este artigo foi escrito por: Adriana Gonzalez Bueno

Conheça a Dra. Adriana Gonzalez Bueno: Psiquiatra com Foco em Saúde Mental Perinatal

Dra. Adriana Gonzalez Bueno, CRM 176603 | RQE 79903
Médica psiquiatra formada pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), com especializações em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC) e Dependência Química (UNIAD/UNIFESP). Atua com foco em saúde mental perinatal, acolhendo mulheres em diferentes fases da maternidade.

Criadora do projeto Enxoval Emocional, oferece informação, orientação e suporte emocional com escuta empática e acolhedora. Acredita que a saúde mental é parte essencial da jornada materna, e oferece um espaço seguro para que mulheres se reconheçam e se fortaleçam.

Além da atuação com mulheres, atende pacientes adultos de todos os perfis. Realiza atendimentos presenciais em São Paulo, Presidente Prudente e online para todo o Brasil.

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