Queridas famílias, mães, pais e cuidadores,
Sou Mariana Mazzuia, neurocirurgiã pediátrica, e em minha jornada clínica, acompanho de perto o desenvolvimento do sistema nervoso central das crianças. Muitas das dúvidas que vocês trazem ao meu consultório, no entanto, vão além dos aspectos neurológicos e mergulham no coração do dia a dia familiar: o desafio (e a delícia!) do sono infantil.
Uma das questões mais frequentes e cheias de julgamentos é a cama compartilhada (ou co-sleeping). Este tema é cercado de opiniões fortes, mas hoje gostaria de convidá-los a uma reflexão mais ampla, cultural e científica, longe de certo ou errado.
Um mosaico cultural: Onde o bebê dorme?
Se olharmos para o mundo, veremos que a forma como colocamos nossos filhos para dormir é profundamente influenciada por nossa cultura.
No Oriente (e em muitas partes do mundo)
A cama compartilhada é uma prática majoritária, tradicional e vista como natural.
Exemplo prático: Japão
- É comum a família toda dormir junto em futons no chão.
- Para essas culturas, o sono compartilhado fortalece os laços familiares, promove segurança emocional e facilita a amamentação.
- A “autonomia” para dormir sozinho não é um valor prioritário; a interdependência e o cuidado coletivo são.
No Ocidente
Valorizamos fortemente a independência e a autonomia individual desde cedo.
- O ideal cultural é que o bebê durma sozinho em seu próprio quarto.
- Acredita-se que isso promova autoestima e independência.
- A cama compartilhada é muitas vezes vista com ressalvas e associada a riscos.
Entendendo os riscos e benefícios com clareza
Como médica, minha primeira obrigação é alertar para os riscos reais associados à cama compartilhada feita de forma inadequada, que podem levar à Síndrome da Morte Súbita do Lactente e acidentes.
Riscos relacionados ao ambiente e comportamento dos pais:
- Ambiente inseguro: colchões muito macios, travesseiros fofos, cobertores pesados e espaços onde o bebê pode ficar preso ou cair.
- Uso de álcool, drogas ou medicamentos que alterem o sono dos pais.
- Tabagismo pelos pais (mesmo que não fumem perto do bebê).
- Pais com obesidade severa ou que tenham um sono extremamente profundo.
- Dormir com o bebê no sofá ou poltrona (risco altíssimo de sufocamento).
Quando praticada de forma consciente e segura, a cama compartilhada pode trazer benefícios:
- Facilita a amamentação em livre demanda.
- Fortalece o vínculo afetivo.
- Regulação fisiológica: temperatura corporal, frequência cardíaca e ritmo respiratório.
- Tranquilidade para a família: muitos pais e bebês dormem melhor juntos.
Por que o ocidente valoriza tanto a “autonomia do sono”?
Essa valorização é um reflexo de valores sociais mais amplos:
- Independência;
- Individualismo;
- E a crença de que a criança deve aprender a se acalmar sozinha.
É um modelo que funciona para muitas famílias, mas não é o único modelo válido.
O mais adequado para a sua família
O “certo” ou “errado” não existem de forma absoluta. O que existe é o mais seguro e adequado para a dinâmica, cultura, saúde e bem-estar da sua família.
Possíveis escolhas igualmente válidas e seguras:
- Cama compartilhada (com segurança máxima);
- berço no quarto próprio;
- berço acoplado à cama (sidecar).
A pressão externa pode ser enorme.
Minha mensagem: confiem no seu instinto.
Vocês são os maiores especialistas no seu próprio filho.
Informem-se com fontes seguras, como o pediatra de confiança, e tomem a decisão que permita que toda a família tenha uma noite de sono mais tranquila e segura possível.
Conclusão
O objetivo final é sempre o mesmo: um bebê saudável, amado e que se desenvolva com segurança, e pais que possam usufruir desse momento único com serenidade.
🩷 Esse artigo foi escrito por: Dra. Mariana Mazzuia
Conheça a Dra. Mariana Mazzuia: Neurocirurgiã Pediátrica

Dra. Mariana Mazzuia é médica neurocirurgiã pediátrica, esposa e mãe, com registro profissional CRM 11582/MS e RQE 6876. Atualmente, é doutoranda pela Faculdade de Medicina da USP (FM-USP), unindo experiência clínica e pesquisa acadêmica ao cuidado com as crianças.
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